Furious 7 é, sem dúvida, um dos filmes mais importantes da franquia. E não estamos falando do filme em si ou do enredo que, como é tendência há algum tempo, se afastou dos rachas e se aproximou mais da ação, usando os carros como tempero. Falamos do fato de este ser o primeiro filme desde a morte de Paul Walker, que perdeu a vida em um acidente a bordo de um Porsche Carrera GT, no qual também morreu seu amigo Roger Rodas.
Vin Diesel, amigo de Walker nas telas e fora delas, fez questão de continuar as gravações. A história do filme foi adaptada para aposentar Brian O’Conner, que aparece no filme graças a algumas cenas que já haviam sido gravadas por Walker, outras usando computação gráfica e outras, ainda, feitas por seus irmãos Cody e Caleb Walker.
O novo filme promete algumas das cenas mais ousadas da franquia – sim, estamos falando especialmente dos carros saltando de pára-quedas (de verdade!) – e, apesar do exagero, temos certeza de que você vai querer assistir.
Mas até lá, que tal relembrar alguns dos carros mais marcantes de toda a saga? Começando, claro, por “Velozes e Furiosos” (The Fast and the Furious, 2001), que dá um belo mergulho pela cena tuning de Los Angeles com todo o exagero do início da década passada. Hoje talvez você tenha um pouco de vergonha de ter gostado daqueles carros, mas a verdade é que eles já se tornaram clássicos, e com mérito – afinal, eles marcaram a vida de muita gente, incluindo as nossas.
Honda Civic
Os três Honda Civic EJ1 pretos com luzes neon verdes no assoalho são os primeiros carros que aparecem no filme e, se seu visual é relativamente discreto, apenas com um body kit da Vis Racing, a ousadia da cena que eles protagonizam certamente compensa a falta de adesivos e cores berrantes.
Para roubar um contêiner de um caminhão, os carros realizam uma série de manobras que, no mundo real, seriam impossíveis – especialmente quando um dos Civic entra embaixo do caminhão e continua correndo. Foi ali que soubemos que “Velozes e Furiosos” não era uma franquia qualquer.
Ford F-150 SVT Lightning
O que você dirige quando é um policial infiltrado na cena street racer de Los Angeles e consegue um emprego temporário em uma oficina? Uma bela picape, claro. Com um V8 de 5,4 litros com supercharger, intercooler e 360 cv, a SVT Lightning é capaz de chegar aos 100 km/h em 5,2 segundos. Com visual totalmente original, é a picape perfeita para transportar peças de forma rápida e discreta.
Mitsubishi Eclipse
Quando realmente entrou em ação no primeiro filme, Brian sentou-se ao volante deste clássico: o Mitsubishi Eclipse verde e preto equipado com um sistema de óxido nitroso, body kit Robo Car, splitter frontal de fibra de carbono, aerofólio e adesivos azuis com o qual Brian quase vence a primeira corrida noturna mostrada em “Velozes e Furiosos” — uma arrancada entre quatro carros preparados com o visual e as receitas da época (vamos falar deles mais à frente).
Apesar de o carro não ser preparado de verdade (aparentemente, o motor ainda é o 2.0 com comando duplo no cabeçote e 165 cv), dá pena vê-lo sendo destruído a tiros pela gangue de motociclistas de Johnny Tran. De qualquer forma, o próximo carro de Brian O’Conner é o verdadeiro ícone.
Mazda RX-7
Eis o vencedor da arrancada noturna: o Mazda RX-7 de Dom Toretto, equipado com body kit e rodas da Veilside e um kit nitro no motor Wankel de 1,3 litro e dois rotores que, originalmente, entrega 255 cv. Quando os policiais chegam, Dom guarda o carro em uma garagem e foge a pé, aparecendo novamente mais tarde durante um dos poucos eventos de arrancada legalizados que acontecem nos filmes, o Race Wars. De qualquer forma, como todo mundo sabe, Dom prefere carros americanos…
Nissan Skyline R33
Se Brian O’Conner começa um longo e duradouro relacionamento com o Skyline GT-R R34 no segundo filme, em “Velozes e Furiosos” o representante da dinastia dos Godzilla é este R33 amarelo, que pertence a Leon, um dos amigos de Dom — ele está ao volante de um dos Honda Civic na cena do roubo e, mais tarde, na arrancada noturna, avisa a todos que a polícia chegou. Ele desapareceu depois do primeiro filme, mas há boatos de que reaparecerá no sétimo.
Seu carro tem mais história do que o dono, literalmente: o “Big Bird” (é este o apelido do R33 equipado com um body kit muito semelhante ao do Nismo 400R) foi cedido aos produtores do primeiro V&F por um colecionador chamado Justin Beno. O carro participou de alguns eventos nos anos seguintes até que, em 2012, foi condenado pela corte de Winsconsin, onde ficava, a ir direto para o triturador. O motivo? Sua situação nos EUA era ilegal.Honda S2000 e Volkswagen Jetta
Johnny Tran, chefe da gangue de motociclistas e um dos antagonistas do filme, pilota este Honda S2000 durante o Race Wars. “Ricer!”, talvez você pense — e, de fato, naquela época o carro parecia bem mais bacana. De qualquer forma, seu visual é o mais próximo daquele de um verdadeiro carro de competição, com body kit da Veilside, grafismos relativamente discretos e uma asa traseira que parece funcional. Consta, ainda, que debaixo do capô há um compressor mecânico que ajuda o girador quatro-cilindros de 2,2 litros a entregar pelo menos 350 cv.
Na cena da corrida, o carro que é derrotado por Tran é o Volkswagen Jetta Mk3 de Jesse – na verdade, o carro de seu pai, que está na prisão. Jesse, responsável por desenhar os grafismos nos carros de Dom e o resto do grupo, é assassinado por Tran e sua gangue.
Nissan 240SX
Tokyo Drift, o terceiro filme, ainda levaria cinco anos para ser lançado e sua história se passa depois do quinto filme, Fast Five, lançado em 2011. Contudo, um dos carros favoritos dos drifters já aparece logo no primeiro filme, sob o comando de Michelle Rodriguez no papel de Letty Ortiz, a namorada de Dom Toretto.
Com ele, Letty dá uma bela surra em um garotão com um RX-7 durante o Race Wars, provando que não, seu lugar não era “na beira da pista assistindo às corridas”, como ele insinua.
Acura Integra
Este Acura Integra é outro dos carros que disputaram a arrancada noturna no início do filme — e um dos mais potentes. De acordo com o site Complex.com, o carro usado por Edwin (interpretado pelo rapper Ja Rule) não tem apenas modificações estéticas, como o body kit da Wings West Racing RS.
Ele também traz rodas Momo (algo que fica bem claro pelo enorme logo da companhia nas laterais traseiras), suspensão preparada, comando de válvulas de admissão vindo do Integra Type R, coletores de admissão e escape da DC Sports, radiador de óleo Greddy e volante do motor aliviado. É uma pena que o carro não tenha aparecido mais vezes, pois sem dúvidas é um dos mais autênticos do primeiro filme — sem contar o estilo de carro de corridas dos anos 1990.
Toyota Supra
O “carro de dez segundos”. No filme, o Toyota Supra de Brian O’Conner foi feito por ele e Dom Toretto em sua oficina — e ele é um dos poucos carros realmente preparados a aparecer em “Velozes e Furiosos”. Originalmente, o seis-em-linha de três litros biturbo (o famoso 2JZ) entrega 330 cv, mas depois de receber, entre outras modificações, um retrabalho no módulo de controle do motor, radiador de óleo, novas polias e injetores HKS, a potência saltou para 551 cv.
Ferrari F355 Spider
A primeira demonstração da força do Supra, porém, acontece um pouco antes: ao testar o carro, Brian e Dom são intimados por um playboy yuppie em uma Ferrari F355 Spider para um racha. A Ferrari, equipada com um V8 de 3,5 litros e 375 cv, come poeira — ainda que seja óbvio que um Supra preparado corre mais do que um esportivo italiano clássico (e certamente todo original) dos anos 1990.
Dodge Charger
Se há um carro que pode ser considerado o mais importante de toda a saga, sem dúvida é o Charger R/T 1970 de Toretto. A história conta que o muscle car foi construído por ele e seu pai, e em sua primeira encarnação o motor V8 entregava nada menos que 900 cv. O carro já foi destruído e reconstruído algumas vezes, mas sua aparição mais clássica é mesmo a corrida final do primeiro filme.
Depois que o carro é destruído, Brian entrega as chaves do Supra a Dom, pagando sua dívida. Com então reconstrói o carro no quarto filme (Fast & Furious, 2009), com a ajuda de sua namorada, Letty. Antes disso, porém, ele decide trocar seu novo Supra por outro muscle car, um Chevrolet Chevelle vermelho, que também reaparece em Fast & Furious.
Agora, como o carro mais importante do filme (e talvez, de todos os outros), o Charger tem algumas curiosidades interessantes. Primeiro, ele foi um dos únicos carros a usar “dublês” para preservar sua integridade durante as filmagens mais intensas. O hero car — aquele usado em cenas mais detalhadas e closes é um Charger equipado, provavelmente, com um V8 early Hemi, de 396 cm³ (o precursor do famoso Hemi 426). Na clássica cena com o carro na garagem, é possível ver que o distribuidor fica na parte de trás do motor, enquanto no Hemi 426, a peça fica na frente.
Nas outras cenas, os Charger “dublês” eram equipados com o V8 440 (7,2 litros) preparado, porém o compressor mecânico é cenográfico, movido por um pequeno motor elétrico. Ah, e é óbvio que nenhum carro é capaz de arrancar com uma empinada e ainda queimar os pneus traseiros. Para o truque, foi usado um macaco hidráulico.